Diálogo entre um professor e aluno
 

Louvado seja Allah, o Senhor do Universo. Testemunho que não outra divindade além de Allah e testemunho que o Muhammad é Seu servo e Mensageiro.

Queridos irmãos, certa vez ocorreu um diálogo entre um professor e seu aluno; o professor se chamava Shaquico Albalkh e o seu aluno Hateem Al-Aswam. Este professor perguntou ao seu aluno: “Quantos anos você passou ao meu lado, aprendendo comigo?”. O aluno respondeu: “Trinta e três anos”. Novamente, o professor perguntou: “O que você aprendeu comigo durante este tempo?”. Então, o aluno disse: “Aprendi oito questões”. O professor, desesperadamente, exclamou: “Somos de Allah e a Ele retornaremos” - versículo recitado quando aflige uma desgraça -, e depois disse: “Durante todo esse tempo, você aprendeu somente oito questões?”. O aluno respondeu: “Não posso mentir, apenas aprendi estas questões!!!”. Novamente, o professor perguntou: “Então, quais foram essas oito questões?”.

Queridos irmãos, nestes próximos minutos, aprenderemos o que este aluno aprendeu durante trinta e três anos; o verdadeiro sábio é aquele que sabe aproveitar o melhor do que outro sábio o ensinou.

Continuando, Hateem disse ao seu professor: “Falarei sobre a primeira questão: Certa vez, enquanto eu estava no meio de uma multidão de pessoas, detectei que havia ódio em seus corações e me senti desconfortável ao lado deles, isso porque eu já havia lido no Alcorão sobre os moradores do Paraíso: ‘Extinguiremos todo o ódio de seus corações’ (Alcorão, 7:43); gostei disso e em seguida comecei trabalhar para que eu fosse um dos moradores do Paraíso e, quando procurei pelo caminho que dá acesso a ele, encontrei estas palavras de Allah: ‘Ao contrário, quem tiver temido o comparecimento ante o seu Senhor e se tiver refreado em relação à luxúria, terá o Paraíso por abrigo’ (Alcorão, 79:40-41). Então, tive temor ao meu Senhor e assim mantive-me firme na obediência de Allah. Sim, porque na vida dos moradores do Paraíso não há ódio e nem inveja em seus corações; as pessoas são felizes porque seus corações são limpos.

“Muito bem”, disse o professor... “diga-me agora sobre a segunda questão”. Respondeu o aluno: “Vi que muitas pessoas possuem tudo que ama; com isso procurei algo que eu pudesse amar mais ainda e não encontrei nada além das boas ações, e assim comecei a praticá-las. Você pode amar o que quiser: bens materiais, riquezas, pessoas, mas nenhum deles poderá acompanhá-lo em seu túmulo, além de suas ações, portanto, devemos nos empenhar e fazer dessa prática uma rotina em nossas vidas”.

“Com certeza, Hateem. E qual é a terceira questão?”. Respondeu, então, o aluno: “Notei nas pessoas que, quando elas amam muito algo, elas a conservam com muito cuidado. Então, como eu poderia preservar minhas boas ações? Então, aprendi que como estas boas ações foram feitas somente para agradar a Allah, Ele as preservaria em sua em seu infinito Amor e Misericórdia.

“Correto! Vamos, diga-me aual é a quarta questão”. Hateem respondeu: “Vi que muitas pessoas se invejam e perseguem umas as outras por causa de suas diferenças em suas classes sociais e seus poderes de aquisição. Entretanto, li as seguintes palavras de Allah no Alcorão Sagrado: ‘(...) Nós dividimos para eles seus sustentos, na vida terrena, e elevamos uns sobre os outros, em graus, para que uns submetam os outros (...) (Alcorão, 43:32)’. Vi que Allah é responsável pela divisão dos bens materiais e isso tranquilizou o meu coração e deixei de invejar as pessoas. A causa da inveja e da perseguição é a insatisfação com aquilo que Allah destinou a cada um de nós e, por isso, há uma constante desordem na vida das pessoas.

“Novamente, muito bem, meu rapaz. Diga-se sobre a quinta questão”. O aluno: respondeu: “Vi que muitas pessoas são inimigas entre si e lutam sem justa causa. No Alcorão, encontrei as palavras de Allah dizendo: ‘(...) Não sigais os passos de Satanás, porque é vosso inimigo declarado’ (Alcorão, 2:208). Quando tomei ciência disso, melhorei a minha relação com as demais pessoas! Que bela vida teríamos se nos tratássemos todos como verdadeiros irmãos, além de uma simples amizade, porque Satanás é verdadeiro inimigo do homem. Se nos preocupássemos em combater Satanás, não teríamos nenhum dos humanos como nossos inimigos!”.

“Continue e fale-me sobre a sexta questão”, disse o professor. A resposta do aluno foi: “Infelizmente, muitas pessoas tomam para sim outras criatura para depositar suas confianças. Allah nos disse no Alcorão Sagrado: ‘(...) Quanto àquele que se encomendar a Allah, saiba que Ele será Suficiente (...)’ (Alcorão, 65:6). A partir daí, depositei minha confiança somente em Allah! Algumas pessoas confiam nos seus bens, outros na sua saúde e, outros, no seu poder. Quantos ricos já ficaram pobres? Quantas pessoas saudáveis acabaram doentes? Quantos que se julgavam poderosos ficaram fracos? , Com certeza, quem deposita sua confiança somente em Allah, saiba que somente ele lhe será suficiente”.

“Excelente!”, disse o professor. “Por favor, continue!”. “A respeito da minha sétima questão: olhei para muita gente e detectei que elas se preocupam muito suas diferenças tribais, nobreza e poder aquisitivo, mas li no Sagrado Alcorão: ‘(...) Sabei que o mais honrado, dentre vós, ante Allah, é o mais temente (...)’ (Alcorão, 49:13). Preocupei-me com meu temor a Allah até que eu possa ser honrado por Ele. Certamente, a justiça divina e a honra humana tem como base a boa ação e não em questões tribais e muito menos nem nobrezas mundanas; o temor em Allah é único que faz diferença entre as pessoas.

“Finalmente, diga-me sobre a sua última e oitava questão!”. O sábio aluno respondeu: “A maioria das pessoas vive com medo e ansiedade pela sua sobrevivência; Allah, O Todo-Poderoso nos disse no Nobre Alcorão: ‘Não existe criatura sobre a terra cujo sustento não dependa de Allah (...)’ (Alcorão: 11:6). Tranquilizei-me porque o meu sustento vem de Allah e isso me basta!”.

Queridos irmão, quão formosos belos conselhos para vivermos e aplicarmos em nossas vidas, sempre com a ajuda de Allah. Louvado seja Allah, o Senhor dos mundos!

Sheikh Mohamad Al Bukaí
23 de setembro de 2011

 
     
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